Após meses de vazamentos e rumores, a Nvidia finalmente anunciou oficialmente sua nova placa de vídeo de entrada: a GeForce RTX 5050. Essa GPU marca o retorno da linha “xx50” aos desktops, sendo a sucessora direta da RTX 3050, lançada em 2022. Com lançamento programado para a segunda metade de julho, a RTX 5050 chegará ao mercado com um preço sugerido de US$ 249, trazendo a arquitetura Blackwell para o segmento de entrada.
A proposta da RTX 5050 é clara: oferecer uma porta de entrada acessível para a nova geração de placas RTX, focada especialmente em gamers com orçamento mais limitado. Ainda assim, ela chega equipada com tecnologias avançadas como DLSS 3.5 (com geração de quadros por IA), ray tracing de última geração e núcleos tensor de quinta geração, aproximando o público mainstream de inovações que até pouco tempo atrás estavam restritas a placas muito mais caras.
Especificações Técnicas da RTX 5050
A nova RTX 5050 vem equipada com:
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2.560 núcleos CUDA
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8 GB de memória GDDR6, operando em uma interface de 128 bits
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Consumo energético (TGP) de 130W, exigindo um conector de energia de 6 pinos ou 8 pinos
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Clock boost de até 2.570 MHz (com possibilidade de overclock por fabricantes parceiros)
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Núcleos Tensor de 5ª geração, com até 421 TOPS (trilhões de operações por segundo) para tarefas de IA
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Ray tracing com até 40 TFLOPs de desempenho
Embora traga o nome da nova arquitetura Blackwell, a RTX 5050 utiliza memória GDDR6, sendo até agora a única GPU da família Blackwell a não utilizar GDDR7. Mesmo a versão mobile da RTX 5050, presente em notebooks, conta com memória GDDR7. Isso indica uma economia intencional por parte da Nvidia, provavelmente para manter o preço agressivo.
Comparação com a RTX 3050 e a RTX 5060
Apesar de ser duas gerações mais recente que a RTX 3050, a nova RTX 5050 possui especificações básicas muito semelhantes à sua antecessora:
Característica | RTX 3050 | RTX 5050 |
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CUDA Cores | 2.560 | 2.560 |
Memória | 8 GB GDDR6 | 8 GB GDDR6 |
TGP | 130W | 130W |
Na prática, isso significa que a maior parte da evolução está nos clocks mais altos e no uso da nova arquitetura Blackwell, que oferece mais eficiência energética e suporte a novas tecnologias, como o DLSS Multi-Frame Generation. Este recurso, presente pela primeira vez em uma GPU da série xx50, permite que a RTX 5050 gere quadros adicionais via inteligência artificial, aumentando significativamente o desempenho em jogos compatíveis.
Já em comparação com a RTX 5060, a RTX 5050 fica bem atrás. A 5060 possui 50% mais núcleos CUDA, memória GDDR7 com largura de banda até 40% maior, e um salto geral de desempenho considerável. Por apenas US$ 50 a mais, o usuário pode obter uma GPU consideravelmente mais potente, o que pode tornar a escolha pela RTX 5050 menos atraente para quem pode gastar um pouco mais.
Desempenho: expectativa x realidade
Como é comum antes do lançamento oficial, a Nvidia divulgou gráficos e dados promocionais comparando a RTX 5050 com a 3050. Nessas comparações, o foco está em jogos que suportam DLSS 3.5, onde a geração de quadros traz ganhos expressivos de performance.
Contudo, em jogos que não suportam DLSS ou não se beneficiam de IA, a vantagem da RTX 5050 tende a ser muito mais modesta, já que o número de núcleos, memória e largura de banda permanece praticamente igual ao da geração passada. A principal diferença é a eficiência térmica e energética do novo chip Blackwell, o que pode proporcionar uma performance mais estável e menores temperaturas.
Portanto, a real vantagem da RTX 5050 vai depender bastante do tipo de jogo que o usuário pretende jogar. Jogos mais modernos e compatíveis com DLSS devem tirar proveito das melhorias. Já jogos mais antigos ou sem suporte a tecnologias da Nvidia podem não mostrar um salto tão grande de performance em relação à RTX 3050.
Concorrência acirrada no segmento de entrada
O mercado de placas gráficas abaixo de US$ 300 está bastante competitivo. A RTX 5050, com seus US$ 249 de preço sugerido, enfrenta rivais diretos de todas as principais fabricantes:
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RTX 5060 (Nvidia): US$ 299, com desempenho significativamente superior.
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AMD RX 7600: também por cerca de US$ 299, com 8 GB de VRAM, excelente para 1080p e ray tracing básico.
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Intel Arc B570: em torno de US$ 279, com 10 GB de memória e performance competitiva em títulos otimizados.
É importante lembrar que a Nvidia não lançou uma RTX 4050 para desktops, o que deixa um intervalo de tempo significativo entre a 3050 e a 5050. Durante esse período, a AMD e a Intel ganharam espaço com ofertas de bom custo-benefício no segmento de entrada. Agora, com a chegada da RTX 5050, a Nvidia tenta recuperar terreno, mas o desafio será grande, principalmente se o desempenho não justificar o preço.
Expectativas e considerações para o consumidor
Para muitos usuários que jogam em resolução Full HD (1080p), a RTX 5050 pode ser suficiente, especialmente em títulos populares como Valorant, Fortnite, CS2, League of Legends ou Apex Legends. Com suporte ao DLSS 3.5, mesmo jogos mais exigentes podem rodar bem com configurações médias ou altas, dependendo do caso.
No entanto, para quem busca mais longevidade, desempenho mais consistente em jogos com ray tracing, ou deseja jogar em 1440p, vale a pena considerar a RTX 5060 ou a RX 7600, que oferecem melhor performance geral por um pequeno aumento no investimento.
Resumo: principais pontos sobre a RTX 5050
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Primeira GPU da série xx50 para desktops desde a RTX 3050.
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Baseada na nova arquitetura Blackwell, mas com GDDR6 (ao contrário das demais que usam GDDR7).
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Traz 2.560 núcleos CUDA, 8GB de memória e 130W de TGP.
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Suporte a DLSS 3.5 com geração de quadros — inédito em uma xx50.
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Preço sugerido: US$ 249.
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Concorrência forte no mesmo patamar de preço.
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Desempenho ainda incerto em jogos sem DLSS.
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Pode ser suficiente para Full HD, mas com custo-benefício questionável diante de alternativas por pouco mais.
Conclusão
A chegada da RTX 5050 marca um movimento importante da Nvidia em tentar tornar a nova geração Blackwell mais acessível. Com preço de entrada, especificações moderadas e foco em tecnologias de IA e DLSS, a RTX 5050 tenta equilibrar custo e inovação.
Contudo, sua recepção dependerá fortemente de dois fatores: o desempenho real em jogos sem DLSS e a agressividade de preço dos concorrentes. Em um mercado onde a diferença de US$ 50 pode dobrar a performance, como é o caso da RTX 5060, a RTX 5050 corre o risco de ser vista como um produto "meio-termo" sem apelo claro.
Para o jogador casual que deseja economizar ao máximo e prioriza jogos compatíveis com DLSS, a RTX 5050 pode cumprir seu papel. Mas para quem busca longevidade e melhor relação desempenho/preço, talvez seja mais sensato considerar investir um pouco mais em opções superiores.
De toda forma, é sempre prudente aguardar reviews completos e benchmarks independentes antes de tomar uma decisão final. Afinal, no mundo dos jogos para PC, a performance real quase sempre conta mais do que as especificações no papel.